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Investimento estrangeiro em países em desenvolvimento chega a mínimo histórico desde 2005

16/06/2025 12h17

O Investimento Estrangeiro Direto (IED) nos países em desenvolvimento atingiu em 2023 seu nível mais baixo desde 2005, anunciou o Banco Mundial (BM) em um relatório desta segunda-feira (16). 

A instituição financeira com sede em Washington atribui isso ao aumento das barreiras ao comércio a ao investimento, que estão sendo praticadas em todo o mundo, mesmo nas economias emergentes e em desenvolvimento. 

Os países em desenvolvimento receberam um fluxo de 435 bilhões de dólares (2,4 trilhões de reais) em IED em 2023, o último ano do qual se dispõe dados, o que representa aproximadamente 2,3% de seu PIB em média. 

Esse valor é a metade do máximo observado em 2008. 

O IED é investimento produtivo em um país, oriundo de outro. 

Os países assinaram cada vez menos tratados destinados a aumentar o IED: entre 2010 e 2024 entraram em vigor 380 tratados de investimento, o que representa menos da metade do número observado entre 2000 e 2009, segundo o relatório.

Dois terços desse IED se concentraram nas maiores economias emergentes, onde China, Índia e Brasil, em conjunto, representaram metade de todo o investimento estrangeiro direto em países emergentes e em desenvolvimento entre 2010 e 2023.

Por outro lado, os 26 países mais pobres representaram menos de 2% do IED durante esse período.

"O investimento privado impulsiona o crescimento e o IED é geralmente a forma mais produtiva de investimento privado", afirmou o economista-chefe do BM, Indermit Gill, citado em um comunicado.

"No entanto, nos últimos anos, os governos tentaram impor barreiras ao investimento e ao comércio quando deveriam estar fazendo o contrário", lamentou.

O IED é essencial, assegurou o Banco, já que um aumento de 10% gerou um incremento médio de 0,3 ponto percentual (pp) no PIB, segundo dados observados entre 1995 e 2019 em mais de 70 países.

O número pode chegar a 0,8 ponto percentual se houver instituições políticas e financeiras sólidas, uma força de trabalho qualificada e maior abertura ao comércio global, explicou o BM.

O Banco Mundial insta seus membros a reduzir as restrições existentes ao IED, trabalhar para melhorar a produtividade laboral e fortalecer a integração comercial para aumentar os efeitos positivos desses fluxos, além de melhorar as instituições e a capacitação.

E, acima de tudo, pede maior cooperação internacional para facilitar um melhor fluxo de IED para os países em desenvolvimento.

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© Agence France-Presse

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